A RUA É PUBLICA!

 

"Nas grandes cidades do pequeno dia-a-dia 

O medo nos leva a tudo, sobretudo a fantasia

Então erguemos muros que nos dão a garantia

De que morreremos cheios de uma vida tão vazia”

                                                (ENGENHEIROS DO HAWAII. Muros e Grades)

 

O trecho da canção "Muros e Grades" da banda Engenheiros do Hawaii traduz religiosamente um dos paradigmas das cidades brasileiras. O medo vem vencendo o bem. 

A Rua é mais do que um caminho. É um símbolo da Democracia moderna; é um patrimônio público e coletivo, financiado por toda a sociedade através dos impostos e fundamental para o Direito de ir e vir. Os anos que se prosseguiram a enfervescência das ruas presente no movimento Diretas Já e a nova constituição Brasileira, marcaram o renascimento da coletividade, a rua retornou a ser o centro da vida social, da vivência comunitária. Entretanto, nos últimos períodos é notável a ameaça deste direito pela privatização das ruas e formação de verdadeiros guetos.

Com o álibi de provir segurança, se tornou assustador e imoral o número de ruas que foram privatizadas na cidade, em muitos casos, mera apropriação do bem público que não resultou em segurança a vizinhança, mas apenas uma enganosa sensação de segurança. O Problema da segurança pública é complexo, e não há formula mágica ou caminho curto para solucioná-lo. Somente o cuprimento do dever do Estado em investir nos setores básicos e na construção de um outro modelo de polícia e segurança pública poderá livrar a sociedade da guerra cível que foi implantada na cidade e no país. Nunca, a insegurança poderá justificar a eliminação de um direito público, em favor de privilégios individuais ou de um grupo minoritário. 

O direito do acesso a cidade é um dos princípios estaturários da AMBAS e com isso, a desobstrução de ruas e o acesso da comunidade a este bem público, uma das nossas prioridade.