Um Carimbo de Responsabilidade Ambiental?

28/08/2015 18:09

Maceió, MAC-102 – Avenida Jorge Montenegro Barros. Uma das principais vias da cidade, com trânsito de veículos e pedestres cada dia mais intenso. A Estrutura não é das melhores, apesar das quatro décadas da pista, ela nunca foi reformada! No máximo uma obra por menos da metade em seu acosta-mento. As placas de sinalização, defasadas e reféns da ferrugem e mato;  o passeio público não existe é o chão batido, apesar da teimosia das pessoas   que aos milhares usam a via para fazer Cooper ou ir trabalhar, diariamente desviando da lama, buracos, mato, lixo, placas e até o monte de adubo(!?!).

            Este é o cenário da via principal da Santa Amélia. Um dos caminhos mais belos da cidade,com paisagens que  contemplam a Área de Proteção Ambiental (APA) Catolé e Fer-não Velho; a Laguna e Foz do Mundaú,  as cidades históricas de Coqueiro Seco, Santa Lu-zia do Norte e Satuba; Polo multifabril de Marechal Deodoro (antigo polo Petroquímico);  o Oceano Atlântico e o Parque Municipal de Maceió. Se cuidado, poderia ali haver um dos lo-cais mais vivos da cidade, com grande peso para a qualidade de vida da Zona Oeste.

            Todo este potencial atrai a passagem de muita gente. Os Srs. e Sras. que coman-dam o Estado sabem disso. Tanto sabem que apesar de não cuidarem da via a enchem de propaganda eleitoral, coisa sem limite.Tanto que quase um ano após a última eleição ainda há propaganda [irregular] no bairro. Uma das mais comoventes propagandas ocorre em um trecho do Lot. Costa Rego, batizado pela população de “Curva da Morte” visto que houve ali vários acidentes fatais.

            O Candidato [reeleito deputado mais uma vez] estampou sua propaganda em uma árvore da Reserva Natural APA Catolé e Fernão Velho, traduzindo toda sua responsabilida-de ambiental inflamada em discursos calorosos que devem lá comoveram alguns eleitores a elegê-lo.Mas coisa mais coerente, dificilmente poderia se encontrar, afinal, estamos falando da “Nova Política” alagoana, a mesma recheada de poder hereditário, de pais, filhos, netos, sobrinhos dividindo o poder.  

            E aqui não mora uma crítica contra o direito dos descendentes de participar da po-lítica, oposto a isto, é importante que os pais incentivem seus filhos a uma ativa vida políti-ca; o problema é quando o poder é concentrado nos mesmos de sempre, e alguém rotula isto como novo. O caso do "Carimbo de Responsabilidade Ambiental" é um exemplo disto, pai e filho, lembrando aquela grande novidade antiga, as capitanias hereditárias.